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Comprar casa a quanto tempo?

26 Abr 2010

Eu e os meus amigos estamos naquela idade de começar a comprar casa. Aliás, todos os meus amigos mais próximos compraram casa há pouco tempo. No meio de tantas conversas às vezes falamos dos benefícios das amortizações e qual o leque de anos mais vantajoso. Nestas coisas os meus amigos têm uma perspectiva convencional: quanto menos tempo estiverem a comprar casa, melhor. Ou seja, querem empréstimo ao menor número de anos possível, e a pagar o menos de renda possível. Mesmo que isso implique uma entrada considerável. Também defendem amortizações periódicas desde que isso não lhes destabilize as finanças.

Ironicamente eu tenho uma perspectiva completamente oposta. A minha perspectiva tem com base a vida dos meus pais. Os meus pais compraram a sua casa com muitas dificuldades a 30 anos. Durante toda a vida tiveram de gerir bem as finanças e, apesar de não sermos ricos, nunca faltou nada nem a mim nem à minha irmã (tirando aquele boneco das tartarugas ninja que a minha mãe sempre se recusou a oferecer-me porque dizia que eram monstros). Hoje já pagaram a casa e estavam com uma prestação muito baixa. Não fazia mal nenhum ficarem a pagar esta prestação durante mais 10 anos. E essa alterntiva implicaria muito menos encargos no início da vida, que era quando eles precisavam mesmo de dinheiro.

Ou seja, do meu ponto de vista o ideal é ter o máximo de dinheiro do nosso lado, e ter empréstimo ao maior número de anos possível e pagar o menos possível por mês. Isso implica que a casa fica muito mais cara, mas também implica que estamos sempre com mais dinheiro do nosso lado. Após discussão destas duas estratégias não chegámos a consenso sobre qual a melhor (quer dizer, foi mais cada um ficou com a sua). O tempo e a experiência nos dirá quais são as melhores opções nestes casos.

PS: Simulação mais detalhada no artigo Comprar Casa: Prazo Curto versus Prazo Longo

 
 

Comentários

  • Tiago Sousa
    Eu sou um dos que defende que quanto menos pagar de juros melhor, mas pronto como dizes isto é uma discussão interminável.
  • Nuno Silva
    Pá eu sou daqueles que concordo num empréstimo ao máximo de anos possível. Daí ter pedido o meu a 40 anos. E só não pedi a 50 porque não compensava. Concordo que tens de ter maior disponibilidade financeira no inicio da vida. Agora, abater acho que vale sempre a pena. Se tens fluidez financeira para abater porque não o fazer? Pagas menos juros, reduz-te a prestação e não te pesa porque aquele é dinheiro que não precisas. Como o Tiago disse, é daquelas discussões em que nunca vamos estar de acordo.
  • Margarida
    Lol. Pois é.. uma discussão daquelas. Mas eu concordo contigo e com o Nuno Silva. Nunca sabemos o que o futuro nos reserva e quanto menor for a prestação, melhor, especialmente no inicio de visa. Tal como o Nuno diz, se houver possibilidade de amortizar, melhor! :)
  • JC
    Pois eu acho que isto é um assunto muito simples e que o arzebiuzado só não vai compreender porque não vai passar por ele. é uma questão de matemática pura! ora bem.. isto com valores fictícios mas é +- assim: pedes um empréstimo de 100.000€ a 25 anos, pagas 150.000€ no fim pedes um empréstimo de 100.000€ a 50 anos, pagas 300.000€ no fim ora bem. apesar do tempo ser o dobro, não significa que a mensalidade seja a metade. quando andei a ver créditos depois de fazer as contas todas não havia nada que saber.. eram as contas mais básicas do mundo. entre os 25 anos e os 50 anos era uma diferença prái de 150€ mês mas no fim eram 200.000€ a mais.. e notem! ao fim de 50 anos. se eu tiver capacidade para pagar esses 150€ mês a e ao fim de 25 anos tar livre. poupo 150.000€! se acabar mais cedo, melhor! posso-me meter noutra! da mesma forma que me podes dizer que no fim dos 50 anos a mensalidade que vou estar a pagar é infima e não faz estragos, também espero dentro de 20 anos estar a receber bastante melhor para estes 150€ que pago a mais por mês não fazerem estragos... mas no fim... poupei 150.000€ e estou sem dívidas e sem chatices ;)
  • Arzebiuzado
    Estás-te a esquecer é da inflacção, e que os 150 mil que falas hoje, não valem tanto amanhã. Era o mesmo que os meus pais terem dito: Ah, se tivessemos feito a menos anos tinhamos poupado 500 cts! Porque a casa custou-lhes 1500 cts há 30 anos atrás. Imagina que põe os 150€/mês de diferença numa poupança, no final dos 20 anos terias 36k€ de parte, e ainda 20 anos para pagar de casa, a uma mensalidade muito comportável. Isto numa altura em que terás 1 ou mais filhos a entrar para a faculdade. A outra vertente era teres 0€ de parte e a casa paga. Sinceramente não sei qual é o melhor, vai tudo a uma questão de gostos e só a experiência nos vai dizer qual a melhor forma. Até porque não te esqueças de uma coisa: nós temos um emprego que paga bem, não somos a familia típica, onde 150€ por mês faz MUITA diferença.
  • JC
    Penso que tudo depende se gostamos de ter créditos ou não, e qual o nosso objectivo de vida! eu quero despachar isto o mais depressa possível. não só para não pagar o preço de 3 casas, como para voltar a ter disponibilidade financeira para outras coisas ASAP. Bem, de acordo com a inflacção então a poupança também não interessava para nada. pois além de 36.000€ ser menos do que 150.000€ que irias poupar em pagar a casa em menos anos, não valiam tanto como valem agora, certo? não posso dizer que me pagam bem.. porque não pagam.. mas também não recebo 500€.. de qualquer forma, é verdade que 150€ em orçamentos pequenos faz muita diferença. mas também há muita gente que tem mais olhos que barriga e não pensa nos prós e nos contras. nem em precalços que possam haver..
  • Arzebiuzado
    Se puseres a poupança sempre a render, não é tão afectada pela inflacção, porque vai crescendo. Pelo que vi na net a taxa de inflação por ano pode variar entre 1 e 5%. Se puseres o $$ todo num depósito, mesmo a uma % mais baixa, não se perde tanto. Ou seja, no nosso exemplo, os 36k poderiam dar nos 40k por exemplo. Estes 40k a uma taxa de 2% dá 800€ que já dava para pagar algumas prestações da casa. Se pensares em orientar todo o $$ ganho pelos juros para pagar a casa, pode chegar a uma altura em que pagas as prestações só com juros. Ou então que ande lá perto. Isto também deve ser considerado no preço final da casa (tal como o abatimento desse dinheiro armazenado). Eu compreendo o ponto de vista de pagar tudo asap (tal como disse no post), mas sinceramente prefiro ter a riquieza do meu lado. PS: Pela mesma ordem de contabilizar os juros para ajudar, também se teria de introduzir na equiação a menos tempo os beneficios fiscais relacionados, sendo que em familias com menos rendimento, isso não ia ajudar tanto.