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Os créditos rápidos e fáceis são uma coisa má

14 Mai 2010

Diz-se que Portugal é uma pais cheio de endividamento, e que as familias usam muito o crédito. Há situações em que não conseguimos fugir ao crédito, seja a comprar casa ou a comprar carro por exemplo. Na minha opinião estes são os únicos créditos que se deve ter. Mas há por aí muito negócio nos chamados créditos fáceis e rápidos, e custa-me a acreditar como as pessoas seguem aquilo. Podem ficar seduzidas para comprar algo que gostem, ou fazer uma viagem, mas estes créditos são muito maus para as finanças familiares.

Recebi hoje uma carta de propaganda a um crédito desses. Para um crédito de 5000€ seria preciso pagar uma prestação de 84.54€ durante 96 meses (8 anos!). Pode parecer um bom negócio, mas esta liquidez instantanea trás graves problemas a longo prazo. Para começar fica-se com uma despesa de 85€ durante 8 anos, é demasiado. Podem gozar os 5000€ hoje, mas ficam a pagar muito por mês durante 8 anos. Este valor dava para ter uma empregada em casa, ou para várias outras coisas mais úteis.

No final do periodo é pago à entidade credora 8 116.18€. Ou seja, precisavam de dinheiro hoje, de 5000€ hoje e vão ter de pagar 8 116.18€ - 5 000€ = 3116,18 € extra por isso. Estamos a falar de 60% do valor original. Seja o que for preciso mais vale poupar durante um ano, fazer um ano com férias mais baratas, a acampar ou com amigos e familiares do que incorrer neste género de dívida pesada.

Mas há cenários em que de facto é necessário incorrer num crédito. Por exemplo em despesas inesperadas de saúde ou educação. Eu estudei a hipótese de financiar a educação da minha mana com um crédito. Nestas situações é preferível consultarem o vosso banco (e outros bancos!), pois podem ter direito a uma taxa de juro mais baixa. Por exemplo no meu banco eles têm empréstimos pessoais a uma taxa de 5,5882%, por oposição à taxa do exemplo anterior que era 14%. Ou seja, paga-se quase o tripulo nestas instituições de crédito fácil e rápido do que num banco convencional.

E não esquecer de uma coisa, estas taxas de empréstimo funcionam como as taxas dos depósitos a prazo. Ou seja, quanto maior as taxas de referência, maior elas ficam. Estamos numa altura em que estas taxas estão mais baixas que o normal, mas vão ter subir nos próximos anos.

Nota que o caso dos cartões de crédito é ainda pior, pois ainda têm taxas mais altas que os créditos rápidos. Pode é não se notar tanto na carteira pois estamos a falar de coisas mais baratas. Ainda assim quem depender dos cartões de crédito e tiver de pagar por isso periodicamente, pode incorrer numa situação pesada ao final do ano.

Para quem se encontrar numa situação complicada de créditos, a DECO tem departamentos que podem ajudar a ultrapassar esses problemas.

PS: Há vezes em que os créditos dão muito jeito!

 

Finanças

 
Etiqueta(s):investimentoscreditos

Comentários

  • Vlad
    Atenção que podes (e deves) usar o cartão de crédito como meio de pagamento sem juros. Nunca tive nenhum cartão de crédito que não o permitisse. Fora isso prefiro não comprar do que comprar a crédito com a excepção da casa, obvio. :)
  • Arzebiuzado
    Tens razão, o meu alerta era mais para quem usa o cartão e incorre em juros (à lá USA). Ainda assim prefiro a minha opção da conta ordenado, pois pago sempre de juro mas é muito pouco. Enquanto que posso não pagar juros no cartão de crédito mas paga-se uma anuidade considerável.