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Como fazer um bom CV

02 Jul 2010

Os CVs são uma tanga. Ninguém lê CVs. Isto pode parecer estranho, mas não há-de fugir muito à realidade. No meu ramo, posso dizer com certeza que os CVs não interessam para nada. Já fui a várias entrevistas onde os entrevistadores tinham o meu CV à frente mas nem o tinham lido. E toda a informação do CV foi trocada em conversa na entrevista.

Há ramos em que não é assim, em que há muita oferta e os empregadores ficam com pazadas de CVs em cima da secretária. Acham que neste cenário já lêm os CVs? Eu, que já tive de estar a seleccionar CVs, acho que é uma das coisas mais secantes que já fiz. Estar a ler n CVs em formato europeu ou semelhante é uma perda de tempo. Não me interessa saber o BI, que carta de condução têm, que são médios a escrever francês e fracos em alemão, que pertence ao clube dos amigos das focas e as tarefas todas que fizeram em todas as posições em que já tiveram. Ou então temos os estudantes ainda sem experiência que põem todas as cadeiras, todos os trabalhos que fizeram e todas as notas. E tudo mais que der para encher.

Nada destas coisas interessam ao empregador. O que o empregador quer saber na fase de selecção de CVs é o seguinte: quantos anos de experiência e expectativas salariais. Quer saber se vale a pena fazer o contacto ou não. Normalmente ninguém põe expectativas salariais no CV, mas isso consegue-se obter facilmente através dos anos de experiência.

Nota que toda a informação extra como actividades, hobbies e detalhe da experiência é importante. Mas tudo isso é melhor discutido na entrevista, cara a cara, onde podemos analisar facilmente a pessoa. A parte do CV serve simplesmente para obter uns cadidatos aleatórios para proseguir para entrevistas (e possivelmente juntar esses candidados a referências directas).

Estando agora provado que um CV não serve para nada, vamos voltar à pergunta inicial: Como fazer um bom CV? O mais importante é saber qual o objectivo do CV. É dar todo o nosso background, ou é fazer-nos sobressair no meio de 100 Cvs? É ter um CV com sete páginas que o empregador olha para aquilo e passa logo à frente por ser seca, ou é ter um CV de uma página sucinto que chama a atenção e passa a maior parte de informação possível no menor espaço de tempo?

Vamos a um exemplo: a minha mana acabou o curso, e anda a fazer um CV. Eu naturalmente estou a impingir-lhe estas minhas teorias. Ela tem um curso relacionado com crianças, e então eu disse-lhe: faz um CV de uma página, em que da forma mais sucinta é possível saber:

  • O teu nome, idade e contactos
  • O teu curso (uma linha)
  • A tua experiência (uma linha por posição)
  • Aquilo que gostas (aqui pode ser uma tag cloud com as keywords que te definem como profissional)
  • Aquilo que pretendes (outra tag cloud?)
  • Uma foto contigo e os miúdos da tua sala todos abraçados a ti

A ideia é ter isto tudo numa página. Agora digam-se se um gajo que está à seca a ver CVs normais, que chega a um CV destes que numa página diz tudo e ainda vê as crianças felizes com a sua educadora, não vai ter logo vontade de marcar entrevista para saber mais! Fazer um CV é um exercício de marketing, é dar a conhecer. O objectivo é fazer com que o vosso CV salte à vista e encher de curiosidade o seleccionador. Fazer um CV igual aos outros todos não é uma boa estratégia.

Algo paralelo, mas que tem muito importância pelo menos no meu ramo é o LinkedIn. Basicamente é uma rede social profissional onde colocamos a nossa experiência pessoal e estamos todos ligados com os nossos colegas. Podemos ter recomendações e recomendar. No meu ramo, 80% das minhas connections estão lá, e portanto eu também quero estar. Já tive vários contactos para diversas oportunidades vindas do LinkedIn, pois é um sitio ideal para os head hunters andarem à caça.

E tu, tens um CV original?

 

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