Deste que mudei de projecto que tenho estado a trabalhar em casa. No outro dia tive uma experiência de produtividade muito interessante. Estava eu numa tarefa A que era coisa para durar um dia inteiro e falei com um colega sobre uma tarefa B que à partida nos pareceu que iria demorar alguns dias. Parecia complexa e não encaixava bem no que tinhamos, pelo que o projecto ia ter de levar um belo ajuste.
Ao final desse dia já estava entediado de estar na tarefa A e decidi fazer um escape e ir nadar um pouco. O meu plano era quando chegar acabar o pouco que me faltava da tarefa A. Quando estava a nadar, comecei a pensar na tarefa B, em vários planos de ataque e suas conseguências. Voltei ao trabalho na tarefa A muito mais relaxed e acabei essa tarefa a tempo e horas. Pouco depois de a acabar fui dar uma corrida.
Nessa corrida continuei a pensar no problema. E a verdade é que cheguei a uma solução que me permitiu implementar a tarefa B no dia seguinte. Todo este planeamento off-work permitiu-me ter uma rentabilidade muito mais elevada. Tivesse eu começado logo não conseguiria ver qual a melhor forma de atacar o problema.
Por isto é que eu gosto de horário livre e que não me cobrem o tempo que perco a fazer isto ou aquilo. Eu, tal como vários colegas mais próximos, somos muito, mas muito mais rentáveis nestes moldes. E apesar da liberdade aparecemos com as coisas feitas e de forma mais eficiente. É um choque claro com o modelo convencional em que se eu tiver despachado a tarefa A às 16h, tenho de ficar no trabalho até às 18h na mesma. A classe empregadora pode alegar que é para isso que paga e que posso pegar nessas 2h para começar logo outra tarefa. Mas as coisas não funcionam assim, quando estamos estafados mentalmente não rendemos tanto. E devemos ser nós a gerir o nosso tempo, pois só nós sabemos como tirar o melhor partido da nossa eficiência.
Eu por exemplo sou super produtivo nas manhãs. Levanto às 8h e começo a atacar tarefas e rendo imenso. A partir das 14h a minha produtividade começa a diminuir. E agora a pergunta do euromilhões: vale mais 6h mega produtivas ou 8h convencionais com alto teor de tédio mental?
Há uns capítulos no livro Rework exactamente neste sentido. O número de horas que se trabalha não é reflexo de produtividade. Mas serve bem para inglês ver.
Comentários
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PAC
Concordo plenamente. E penso que existem provas disso: Quantos problemas de engenharia são resolvidos no caminho para a casa de banho? :P A pequena caminhada permite a alteração mental necessária para encara novos ângulos para resolver os problemas. Agora isto apenas se aplica a quem gosta realmente do que faz. Quem segue uma determinada carreira profissional apenas porque é uma área com saída não consegue ir nadar e pensar nesses problemas. Simplesmente porque não conseguem ver entretenimento no trabalho que fazem. Essa é a razão porque quem te contrata quer que estejas a trabalhar 40 horas durante 5 dias por semana. O "patrão" não consegue facilmente ter uns a trabalhar na piscina (com alta rentabilidade) e outros a trabalhar no escritório. -
Arzebiuzado
Sim, realmente o ponto do gostar do que se faz acerta na mouche! -
Margot
Mais uma vez, venho concordar. Claro que há trabalhos em que há a necessidade de estar xis horas no escritório, mas aqueles que necessitam de alguma criatividade deviam ter toda a liberdade de horários possível. Como é que alguém consegue ser criativivo fechado num escritório 8h por dia?