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A Política, a Crise e o Défice

12 Out 2010

Já aqui falei uma vez de como sou confuso em relação à política. Muitas vezes ao ver os políticos actuar, mais parece que cada um puxa é a sardinha ao seu clube em vez de trabalharem com objectivos comuns. Veja-se agora a crise e as novas medidas do governo. Aumentar o IVA novamente e baixar os ordenados à função pública, são medidas que devem ter custado imenso ao Sócrates. São medidas que lhe vão baixar imenso a popularidade. Para ele as tomar, é porque deve estar mesmo enrrascado.

Depois vêm os outros partidos todos dizer que as medidas são erradas e que há alternativas. Acontece que eu não os vejo apresentar alternativas. Dizer que em vez de aumentar impostos se pode fazer X ou Y não chega. É preciso números. Ou seja, com estas medidas o governo tem uma estimativa dos ganhos. Eu não vejo a oposição vir com medidas e números. Não querem aumentar o IVA? Então qual é a solução que vá render quantias idênticas? Como? Que números?

É que toda esta conversa, se nos abstrairmos um pouco, é sempre a mesma. É sempre: o governo quer fazer X, oposição não concorda e tem outras ideias e critica o governo. Nestas novelas todas os detalhes mal interessam. Por exemplo, agora o objectivo é baixar o défice para um certo número. Pergunto-me quantas pessoas é que sabem o que é um défice, eu pelo menos  não sabia, fui ver à wikipedia:

Défice ou deficit é um termo da contabilidade de origem latina, que se caracteriza por um saldo negativo. Em um orçamento, o saldo negativo ocorre quando os gastos ou despesas superam os ganhos ou receitas (basicamente oriundas da arrecadação de tributos). Se o saldo é negativo, o orçamento é chamado deficitário.

Ok, já percebi. O país está com um saldo negativo de X%. Estas medidas do governo é para baixar esse saldo para um Y% que seja mais baixo que X%. Daí um orçamento que vai buscar mais dinheiro à população para tentar equilibrar. Outra forma mais eficiente de recuperar o saldo negativo era ter mais empresas a serem criadas e a gerar riqueza. A oposição costuma falar disto, mas sempre vagamente.

Portugal, estando na UE, tem de cumprir certas regras. E uma delas é ter um défice menor que X%. Se não tivermos, acontece como a Grécia e entra o FMI na gestão e impõe medidas (iguais ou piores que as deste orçamento).

Em suma, Portugal está numa enrrascada, muito por culpa dos políticos que lá estão. Não estes, mas todos, porque esta é uma crise estrutural que teve início há algumas décadas. Alías, todos nós temos a nossa culpa. Não somos conhecidos por ser um povo super trabalhador, mas mais por olharmos para o nosso umbigo.

 

Opinião

 
Etiqueta(s):politica

Comentários

  • JC
    "Não somos conhecidos por ser um povo super trabalhador, mas mais por olharmos para o nosso umbigo" depende! tendo em conta várias opiniões que já li, o nosso povo, quando vai trabalhar para o estrangeiro, é tido como muito trabalhador, polivalente, versátil e muitas vezes "barato". se calhar não somos super trabalhadores em Portugal.. mas isso é porque o exemplo vem de cima.. se o estado e os políticos não dão o exemplo, o zé povinho vai ficando "mal educado".