Há uns dias estava eu meio abananado a olhar para a TV e antes sequer de me aperceber das notícias o meu cérebro teve um amok e ficou parado a tentar processar a palavra Egito na RTP Direto. Pois é, o cérebro humano não está habituado a ler letra a letra, mas sim a reconhecer padrões. E o meu cérebro não reconheceu o padrão Egito. Aliás, enquanto escrevo este post, é-me inclusive difícil escrever Egito sem o p. É estranho, mas é assim.
Há muita gente contra este acordo e eu confesso que sou um deles. Não gosto, acho feio, nunca gostei de brasileirismos. Mas eu compreendo o acordo sob o ponto de vista económico. Daqui a uns anos o Brasil será uma grande potência e nós só vamos ganhar se falarmos como eles. Até já se vêm alguns bloggers a escrever em brasileiro, já para atingir esse mercado bem maior que o nosso.
Se o desaparecimento de algumas letras me complica com os neurónios mas acho que até se vai ultrapassar bem, há certas coisas que penso que vão ser mais difíceis. Como o desaparecimento de pára. Agora só vai existir para, para ambos os significados. Se disser para e pára com sotaque brasileiro realmente não há muita diferença. Mas para nós, é complicado compreender a nova frase no novo acordo:
Jesus para o FC PortoIsto é o quê? O Jorge Jesus parou o FC Porto, ou vai para o FC Porto? É esquisito. Mas o certo é que daqui a uma década já todos abraçaram o acordo, já todos esqueceram os modos antigos, e quem não avançar é que vai dar numa de retrógrado. Já se usa o acordo nos jornais e agora na TV. Basta as nossas crianças o aprenderem o acordo na escola e numa década o modo de escrita actual vai ser algo que só existe nos livros de história. Custa-me, mas vou ter de me adaptar. Portanto, a partir de hoje vou começar a tentar usar o acordo aqui no blog (com a ajuda deste conversor).