Já começo a estar habituado a ser mandado parar pela polícia. Presumo que devo ter um carro propenso a atividades ilegais. Ainda assim desta vez foi memorável. Vinha eu já de noite na Póvoa de Santa Iria quando sou mandado parar. Lá passo os meus documentos e a carta verde. O agente começa a fazer-me algumas perguntas estranhas.
Agente: Você tem algo no carro que o incrimine? Eu: Não. Agente: Sim ou não?Eu pensava que até tinha cara de bom rapaz. Mas talvez por estar com a barba grande e quiçá de olheiras ele ficou desconfiado. Entretanto chega o colega dele a dizer que a carta verde que eu lhe dei é de 2009. Aqui a culpa é minha que ainda tenho as coisas desorganizadas. Comecei a procurar já um bocado nervoso com medo de não a encontrar. Presumo que ele tenha encarado o meu nervosismo como se eu estivesse a esconder algo. Depois disse que ia fazer um telefonema. A ideia era ligar à minha mais que tudo a perguntar onde ela tinha arrumado a carta verde. Mas ele deve ter pensado que eu ia ligar para o advogado. Começou então a bateria de perguntas, algumas delas feitas várias vezes:
- Você fuma alguma coisa?
- Você tem algo que o incrimine no carro? Se tiver é melhor dizer agora, estou já a avisar!
- O carro é seu? De certeza?
- Já alguma vez teve problemas com a polícia? Seja sincero!