Vinha eu de Lisboa apanhar o meu carro que tinha estacionado numa travessa perto do parque central da Amadora, quando noto alguém a chamar por mim. Pareceu-me um mendigo e, como eu não dou aos necessitados, segui para o meu carro. Mas olhei novamente e reparei que era um senhor de idade que estava caído a pedir ajuda. Apressei-me para ao pé dele e perguntei-lhe o que tinha acontecido enquanto o levantava. Não foi nada, isto é só dos meus 92 anos. A casa dele era ali mesmo ao pé. Peguei no saco de compras dele e ajudei-o a chegar à porta.
Insisti para chamar uma ambulância, mas ele rejeitou sempre. Disse que só queria ir para casa descansar e depois se visse que estava mesmo mal ele chamava a ambulância. Não queria que eu subisse, mas eu insisti em auxiliar e levar as compras até ao seu primeiro andar, onde já estava a sua esposa, que não consegue descer as escadas, à espera.
Eles dirigiam-se a mim sempre com muito agradecimento, mas também sempre com algum receio que eu lhes fosse fazer mal. Penso que seja normal. Como eles não queriam mais ajuda eu lá vim embora. Contudo a minha mãe disse que eu podia ter feito duas coisas:
- Perguntar se poderia contactar algum filho ou filha para avisar
- Perguntar se poderia tocar a algum vizinho para avisar