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Eclodir artémia

09 Mai 2011

A certa altura já tínhamos alevins de escalar quase a nadar pelo aquário, mas ainda não tínhamos comida adequada para lhes dar. Estes peixinhos têm de comer artémia recém eclodida para haver sucesso no seu crescimento. Fomos a uma loja da especialidade e comprámos uma saqueta com ovos de artémia mais sal, tudo junto. Segundo as instruções era só colocar tudo numa garrafa e esperar 24-48h.

A minha mais que tudo incutiu-me de ir abanando a garrafa de vez em quando, coisa que fiz. Mas pelo que consultei na internet, não haveria muito sucesso a menos que a água estivesse a dada temperatura e em constante movimento. Encontrei um vídeo na internet muito porreiro que explicava como montar facilmente um sistema de eclosão de artémia. E comecei a montar aqui um sistema análogo.

O sistema passa por cortar uma garrafa e colocar a parte de cima de pernas para baixo, com um tubo de ar a entrar pela tampa. O vídeo que indiquei explica bem isto tudo, pelo que vou continuar. Penso que uma garrafa de coca cola funciona melhor, por ser mais cónica. Comecei por ligar as garrafas à bomba de ar. Consegui montar umas peças que me permitiam ter três saídas: duas para as garrafas, e uma para a pedra difusora do aquário.

Confesso que montar este sistema me deu um gozo especial e me puxou pela costela de engenheiro. Agora tinha um sistema que providenciava ar para três componentes distintos. Comecei por colocar água numa garrafa e ligar o sistema. Coloquei a bomba de ar mais alto, para o caso de não estar a funcionar e a água não ir até à bomba. Uma dúvida que tinha era depois quando precisasse de tirar a artémia, se parasse o ar, se a água não viria toda pelo tubo. Acontece que ao fechar o parafuso de controlo de fluxo de ar, era criado um ambiente em que a água não descia (pois o tubo estava cheio de ar que não conseguia sair).

Passados dois dias de ter o preparado de ovos de artémia e sal na garrafa, sempre com o ar a movimentar a água, o resultado final é o da imagem anterior. Nesta altura já eclodiu muita artémia mas há ovos que ainda não eclodiram. Aqui ainda demorámos a otimizar o processo de extração. Mas o mais fácil é mesmo desligar o ar, esperar até tudo acalmar e depois apontar uma fonte de luz para a garrafa. Nós deixámos sempre um candeeiro a apontar para as garrafas, para tentar compensar a temperatura da água. E a verdade é que a artémia se movimentava toda para aquele ponto. Depois íamos com uma pequena seringa com um bocado de tubo de ar, e extraiamos água de onde houvesse mais concentração de artémia.

Ainda desperdiçámos imensos ovos e imensa artémia, mas agora na parte final já tínhamos tudo super otimizado. Tínhamos uma garrafa a eclodir, e 3/4 vezes por dia parávamos o ar, tirávamos umas 4/5 seringas e colocávamos para o aquário. Nota que com alguma atenção vemos os pequenos alevins a caçar, e depois mais facilmente os vemos de pança cheia a descansar.

Ao deitar a artémia via seringa, introduzia no aquário aquela água salgada. Li em vários sítios que se devia lavar a artémia e tal, mas confesso que não me dei bem com nada. Para compensar, fazia algumas trocas de água a cada 2/3 dias, usando água do aquário grande. Também li que podia congelar a artémia e depois ir dando, coisa que também não experimentei.

Apesar de ter ficado ali com um spot que parece um laboratório de drogas, este esquema funcionou muito bem e estamos a conseguir alimentar com muito sucesso os alevins.

 
 
Etiqueta(s):reproducao-de-escalares