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Lisboa-Alenquer em Bicicleta

18 Jul 2011

Sempre quis fazer uma passeio de bicicleta mais a sério e mais longo. Na minha despedida de solteiro quando estávamos a falar de possíveis coisas a fazer, soltei baixinho e a medo um: "E que tal irmos de bicicleta até Alenquer?". Costumamos ir várias vezes a Alenquer passar uns dias a casa do meu cunhado. A 60 km de Lisboa, parecia-me um desafio interessante. Não o esperava, mas pouco tempo depois já tinham criado um evento no Facebook e começou-se a tratar da logística.

Ainda fomos cinco a arriscar, sendo que dois dos meus amigos não tinham experiência com a bicicleta, pelo que para eles foi mais complicado.

Começámos em Lisboa, perto de uma ciclovia que nos levaria até à Expo. Partimos 4, em busca do quinto elemento. As meninas coitadas tiveram de acordar mais cedo para nos ir levar. Quando chegámos, toca a montar as bicicletas e a preparar tudo. Todos levávamos água e umas barritas para comer. Eu levei água e uma bebida energética. E tinha comido uma banana de manhã. Não fazia ideia se seria suficiente.

O percurso de cerca de 20 km até à Póvoa de Santa Iria, onde apanhámos o quinto elemento, foi muito pacífico, praticamente sempre descer. Subimos a Avenida do Brasil e depois descemos pelos Olivais até ao Parque das Nações, onde seguimos à beira mar até apanhar a N10 até Santa Iria.

Chegámos e parámos numa bomba à espera dele. Foi mesmo a jeito para ir fazer um xixi e comer uma barrita. Nesta altura já estávamos bem aquecidos e já tínhamos 1/3 do caminho realizado.

Partimos então rumo a Alenquer, sempre pelas estradas nacionais. Este percurso é relativamente fácil e acessível, mas os nossos companheiros menos habituados não conseguiam um ritmo mais forte, pelo que fomos sempre num ritmo suave em passeio.

Quando chegámos a Alhandra aproveitámos o passeio ribeirinho, com uma vista muito bonita. Eu não conhecia nada daquilo, mas gostei imenso. O caminho não tinha era saída e tivemos de apanhar um elevador para passar a linha do comboio. Como o elevador era pequeno e nós somos muito machos, toca a pegar nas bicicletas e subir 4 andares com elas às costas.

Depois para descer já não tivemos esta vontade toda e viemos todos ao molho no elevador. É que as bicicletas não são propriamente leves. Depois do elevador tínhamos logo uma parte com uns repuxos que fazia um túnel. Nós, claro, decidimos passar por lá. Eu ia muito bem quando noto que a fachada de água estava a vir abaixo. Pois é, dois de nós ainda se safaram, mas os outros ficaram super molhados, inclusive eu.

Seguimos então até Vila Franca de Xira, onde tivemos a primeira complicação mecânica. O pneu de um dos meus amigos literalmente rebentou e de forma bem estrondosa. Bem, não foi o pneu, foi a câmara de ar. Parámos para arranjar o pneu um pouco e foi num instante. Ainda assim o pneu ficou lá com uma parte mais frágil que poderia causar problemas novamente, mas felizmente não houve mais problemas com o pneu.

Quase a chegar a Alenquer tivemos a primeira baixa. Aquele de nós que tinha menos preparação não conseguiu mais e encostou às boxes. Mesmo assim ainda fez quase 25 km. Nada mau! Nessa altura decidimos começar a aumentar o ritmo e começámos a rolar a praticamente o dobro da velocidade.

Mas pouco tempo depois tivemos a segunda baixa. O meu cunhado que já estava com ameaça de caimbrãs há algum tempo também decidiu parar, isto já em Alenquer.

Nós sabíamos que os 10 km que faltavam seriam os mais complexos e só já éramos 3. Também o percurso mais bonito, já que entrámos na zona verde, recheada de vinhas, do caminho do vinho do Oeste.

A altimetria complicou mas tentámos sempre ir a um bom ritmo. Eu em especial cheguei a esta altura ainda com energia e forcei ao máximo. Os treinos na Boba têm resultado, já que estava a conseguir fazer tudo sem dificuldades, mas por vezes com esforço. Ainda fiz uma ou outra subida em ritmo elevado.

Quando chegámos, as nossas meninas tinham preparado uma surpresa. Tínhamos uns balões à entrada e fomos premiados com umas medalhas muito engraçadas que elas fizeram, com o nosso nome e a descrição do dia, que fizeram de umas tampas. Tal como a foto indica, houve até alguém que levou banho de champagne.

Penso que foi um passeio espetacular e sei que eles também gostaram. Os menos habituados às bicicletas sofreram imenso, especialmente do rabo. Temos agora de procurar alguns passeios mais fáceis para os habituar, para depois pensar assim em passeios mais complexos. Eu fiquei muito agradado com o meu desempenho. Fiquei algo dorido do rabo, mas até fiquei pior foi das mãos. Em termos de líquidos nem precisei de muitos e o que comi bastou. Só senti falta foi de uns óculos para me proteger do vento e das poeiras. Felizmente que não teve muito sol, apesar de ainda termos apanhado muito vento chato de frente.

Para o almoço, um super esparguete à bolonhesa. Para a tarde, o descanso merecido.

 

Comentários

  • Tiago Sousa
    Já estou a planear o próximo ;)
  • Arzebiuzado
    Boa, que eu já comecei com a etiqueta Giro de Bicicleta neste post e agora tem de se encher isto!