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Survival 6

13 Out 2011

No fim de semana de 8 de outubro fomos participar no Survival 6. Não sabíamos bem com o que contar, mas íamos ansiosos à aventura. A primeira aventura foi colocar tudo num só carro. Éramos cinco, e isso incluía duas tendas, cinco sacos cama, 5 mochilas de tralha e comida para cinco para as refeições do fim de semana. Fomos completamente atulhados em tralha, mas nada de impeditivo.

1ª Prova

Chegámos lá já de noite depois de duas horas de viagem e um dia de trabalho cansativo. Fomos dos primeiros a chegar e começámos logo a montar as tendas. Uma delas é de montagem rápida, mas a outra é mais complexa e maior. Mas correu tudo bem. Depois fomos aproveitar para jantar e não faltou muito para a organização nos dar um papel com os dados da primeira prova. Não sabíamos bem como funcionavam as coisas e pensávamos que haveria uma hora de partida. Fomos então preparar as mochilas, colocar água nos cantis, por aí fora. Depois um de nós perguntou quando é que a prova começava e ai soubemos que assim que nos dão o papel já está a contar. Seguimos logo.

Eram 23h quando abalámos e estava uma noite cerrada mas bem visível fruto de uma lua quase cheia. Tínhamos um mapa com um ponto que tínhamos de atingir, a poucos KMs, e foi fácil de lá chegar. Quando chegámos tínhamos 2 jangadas de plástico ligadas por um fio que tínhamos de usar para passar para o outro lado do rio. No meio da noite! Foi muito giro estar a navegar em plena noite, tendo somente como referência uma luz do outro lado que fazia de farol. Havia vento e a água estava agitada, e isso ainda contribuiu mais para a aventura.

Chegámos ao outro lado com facilidade. Por lá estava mais um posto de controlo onde recebemos a próxima posição e uma tarefa de bónus que consistia em seguir a ursa maior. Um de nós avistou a estrela e lá fomos todos a correr. Por detrás lá de uns arbustos lá encontrámos o bónus e marcámos o seu código. Depois seguimos para o ponto seguinte onde tínhamos que percorrer pelo meio do mato, às escuras, uma corda que estava atada a várias árvores. Fizemos isso tudo e no fim reparámos que não tínhamos lido o enunciado todo e que tínhamos de encontrar umas cordas penduradas. Essas cordas tínham vários nós e nós tínhamos no enunciado uma tabela de código morse. Após percebermos que um nó era um ponto e dois nós era o traço facilmente montámos o código que era pedido no posto seguinte.

No posto seguinte deram-nos mais um enunciado. Desta vez tínhamos de passar por uma zona onde havia vários vigilantes. Se fossemos detetados teríamos de voltar ao princípio. Então associámos o código do desafio anterior a coordenadas de xadrez e com base na grelha que nos deram marcámos os sítios onde estariam os vigilantes. Ainda fomos apanhados uma vez por descuido, mas fora isso passámos esta parte num instante.

Fomos a primeira equipa a chegar ao fim e depois disso voltámos atrás para a base. Já íamos noite dentro e estávamos bem cansados. Antes de deitar ainda preparámos a mochila para o dia seguinte, e depois disso tivemos todos uma bela noite de sono.

2ª Prova

Acordámos bem cedo, talvez devido à luz do dia. Aproveitámos para comer e logo logo chegou o enunciado da prova número dois, de nome quebra-ossos. Tínhamos coordenadas de uns vinte pontos, cada um com uma pontuação, e o objetivo era apanhar o máximo de pontos possível. Ainda houve um problema com as coordenadas que a organização teve de resolver, mas depois disso marcámos todos os pontos no mapa que recebemos e começámos a fazer a estratégia. Teoricamente seria impossível apanhar todos os pontos. Como havia pontos agrupados por zonas que davam bónus, escolhemos a zona mais valiosa para fazer. Nesta prova, dois elementos iriam andar de kayak e os outros três iriam fazer BTT. Todos os pontos perto da água ficaram para a equipa dos kayaks, que foi aquela em que participei. Fomos levantar as bicicletas e kayaks  começámos logo. Combinámos que teríamos de estar de volta pelas 16h, já que ao chegar antes das 17h à base teríamos os pontos duplicados.

O meu colega pegou no mapa e seguimos para aquela que seria uma de três ilhas no meio da lagoa. A verdade é que não encontrámos ilhas nenhumas e perdemos muito tempo completamente desorientados. Isto até alguém da organização nos dizer que estes mapas são representados com o nível máximo de água, e neste momento havia menos 2 metros de altura de água. Ou seja, as nossas ilhas eram agora uma super península. Após este contratempo conseguimos facilmente apanhar 3 pontos, sendo que dois deles eram da zona que pretendíamos. Para poupar tempo ainda passámos uma península por terra a carregar o kayak à mão.

Depois seguimos para os próximos três pontos. O grande problema é que com o desnível de água tão diferente do mapa, não tínhamos como encontrar o próximo sítio. Na verdade perdemos imenso tempo a procurar no local errado, ainda por cima por um ponto que só valia 200 pontos. Claro que na altura não o sabíamos. A certa altura desistimos e fomos diretos ao ponto da zona que nos faltava, que ainda era longe. O ponto chamava-se plátano e avistámos ao longe o sítio onde deveria estar. Fomos a correr cerca de 1 km mas quando lá chegámos, para nosso espanto, apanhámos foi o ponto Nogueira. Este ponto segundo o mapa estava à beira rio... Após esclarecermos a nossa posição partimos para o plátano. Este era o ponto que faltava e andámos imenso tempo à procura dele sem o encontrar. Sem marcos para seguir no mapa, com tantas limitações de orientação, foi muito frustrante. Este ponto era fundamental, mas depois de tanto tempo à procura decidimos ir em frente. Aproveitámos que estava em caminho e ainda conseguimos um outro ponto, fazendo um total de cinco. Depois foi cerca de 30min a remar até ao ponto de encontro.

Felizmente os nossos colegas de bicicleta conseguiram cumprir a função deles. O problema foi mesmo ficar a faltar o plátano para completar a zona. Mas sem que tenhamos feito por isso, aqueles dois pontos extra que apanhámos permitiram-nos fechar uma outra zona menos valiosa. Menos mal. Tivéssemos conseguido o plátano e teria sido uma mega prova.

Após a prova voltámos à base, tomámos uma banhoca e comemos. De repente já estava de noite e começávamos a pensar em ir dormir, quando reparámos que ainda eram 20h. Já estávamos todos trocados. Ainda ficámos até por volta das 22h, mas depois fomos dormir e descansar o máximo possível.

3ª Prova

Por volta das 4h da manhã começámos a acordar com o barulho de uma outra equipa. Pouco faltou para chegar a nossa vez de receber um enunciado. Bem no escuro, lá nos vestimos e preparamos e seguimos. Tínhamos de chegar a um ponto que não era muito longe, mas estava muito escuro e estava complicado de nos orientarmos. Chegámos ao primeiro ponto de controlo e tivemos dois desafios. No desafio de team building havia umas cordas no chão e três de nós teriam de passar por lá com os olhos vendados, recebendo indicações dos colegas. O primeiro a tentar falhou imensas vezes algo que parecia tão fácil. O certo é que o segundo a tentar também não teve sucesso, mostrando assim que era mais difícil do que parecia. Após perdermos o desafio tivemos um enigma matemático para resolver. Bem de noite e ensonados lá conseguimos uma resposta e obtemos o próximo ponto.

Seguimos em direção ao próximo ponto e tivemos muitas dificuldades em o encontrar. Esperávamos encontrar um posto com alguém, mas este ponto era só uma marcação. Tivemos de parar e repensar tudo até encontrarmos o sítio exato do ponto. Quando o fizemos lá vimos a marcação e seguimos para o próximo. Andar pela escuridão não nos dava muita confiança na nossa orientação mas pouco depois chegámos a mais um posto de controle. Desta vez tivemos de fazer com jornal e fita cola uma estrutura que aguentasse uns 3kg de peso e onde fosse possível passar uma bola lá por baixo. Andámos às turras e falhámos novamente. Depois no enigma tínhamos uma forma com fósforos e só mexendo em três teríamos de fazer oito retângulos. Após algumas voltas a solução apareceu e seguimos para o ponto seguinte.

No ponto seguinte  tivemos um dos nossos desafios favoritos. Havia um circulo no chão e tivemos de nos deitar fora dele e foi colocada uma bola de ténis na posição da nossa cabeça. Depois todos juntos já dentro do circulo teríamos cada um de apanhar a sua bola. A ideia é que todos os outros agarravam o outro enquanto ele se esticava ao máximo para apanhar a bola. Conseguimos isto com facilidade. Como enigma tivemos um daqueles jogos de QI em que tínhamos sequencias de chapéus e tínhamos de descobrir o próximo. Não foi fácil e demorámos algum tempo até encontrar uma solução. Após isso lá seguimos para o posto seguinte.

No posto seguinte houve um desafio que também foi muito fácil. Havia uma pequena plataforma de madeira com um copo com água e cinco cordas. Nós tínhamos de as esticar e levantar a plataforma sem deitar água fora. Depois disso era mover o copo para outra ponta da estrada. Conseguimos sem dificuldade. Como enigma tínhamos uma folha com vários pontos e tínhamos de dizer qual o número mínimo de retas necessárias para ligar todos os pontos. Andámos às voltas e não conseguíamos menos que sete. Como não era preciso provar a resposta, ainda pensámos em fazer batota e simplesmente dizer seis, mas depois mudámos de ideias e lá demos a resposta sete. Ironicamente nessa altura duas equipas que já nos tinham apanhado seguiram noutra direção. Viemos mais tarde a saber que eles deram outra resposta e só aí nos apercebemos que ao acertar no enigma recebíamos um ponto direto, e ao falhar íamos dar uma volta maior. Este enigma era mesmo para detetar batoteiros. Nessa altura também nos apercebemos que tínhamos falhado logo o primeiro e por isso fomos para aquele ponto esquisito que nos fez perder tanto tempo.

Conseguimos recuperar tempo às outras equipas e no posto seguinte tivemos de andar a contar feijões. Foi uma seca mas à segunda tentativa lá conseguimos. Como enigma tínhamos algo já conhecido. Demos uma resposta que não era a que eles tínham mas que fazia sentido e a rapariga lá nos mandou para o posto certo. Nesse posto, que seria o último, havia uma corda presa a uma árvore e um de nós teria de estar lá agarrado sem tocar no chão e apanhar vários objetos. Também fizemos esta parte sem grandes dificuldades. Depois disso fomos em ritmo acelerado para a base para tentar recuperar o tempo que já havíamos perdido.

Quando chegámos ainda tivemos de encher um balde com um outro que estava cheio de furos. Tínhamos de ir do rio até ao repositório sem deixar sair muita água. Não escolhemos a melhor estratégia e também perdemos este posto. Era o fim desta prova para nós.

Conclusão

Bem cansados e com a prova completa, fomos tomar banho, comemos e arrumámos as tendas. Por volta das 10h estávamos despachados, e a partir daí foi só esperar imenso tempo até termos os resultados. Pensávamos nós que até tínhamos feito uma boa competição, mas a verdade é que os Malfeitores da Passarinha ficaram em 7º de 11 equipas. Ainda assim adorámos a experiência e é para repetir. Fizemos vários erros, também devido a ser a primeira vez, e aprendemos com isso. Ficámos um bocado desapontados com a pontuação e com algumas coisas, mas não foi o suficiente para anular a satisfação que tivemos na participação. Tirando a enorme espera do último dia a organização esteve espetacular. Só gostaria de saber à priori mais informação sobre as provas, como pontuações possíveis. Também seria útil irem divulgado os rankings das equipas após cada prova. Em suma, que venha o próximo Survival!

Ver também os relatos dos meus outros colegas:

 
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