No fim de semana passado fomos ajudar o meu sogro a transformar as azeitonas em azeite. Ainda era preciso algum trabalho manual e confesso que ia com vontade de trabalhar, para depois dizer que estava a consumir o azeite que ajudei a fazer. Já fiz muitas
vindimas mas acontece que
não bebo vinho. Ao menos com o azeite queria aproveitar. O problema é que não foi preciso ajuda já que havia lá uns capatazes que fizeram tudo.
Aparentemente hoje em dia os lagares são todos
automáticos. As pessoas chegam com X kg de azeitonas e vão logo embora com Y litros de azeite. Mas o meu sogro não gosta dessas coisas... passou tanto tempo a cuidar das azeitonas que quer mesmo o azeite que lhe é devido. Então vai a um lagar clandestino e tradicional onde o processo é quase todo feito como antigamente.
A azeitona começa por ser enviada para esta máquina da foto acima, que tem aquelas duas rodas sempre a rodar. Penso que esta é a única parte do processo que tem auxílio de máquinas que usam combustível. Quando a azeitona é moída fica feita numa papa chamada de bagaço.
Depois há que ir colocando o bagaço numa espécie de bolachas feitas de um material que não me recordo. Mas pareciam uns tapetes. Aliás, havia lá umas no chão a fazer de tapete. Logo aqui já começa a sair algum azeite, mas a maior parte vai ser extraída quando se começarem a comprimir estas bolachas.
Este compressor vai fazer as bolachas ficarem com metade da altura. Entretanto está sempre a escorrer azeite das bolachas, que irá para um contentor grande.
Este contentor além do azeite recebe água a ferver. Depois entram as leis da química e o azeite fica ao de cima enquanto a água suja sai por baixo. Neste caso tínhamos mesmo uma torneira em baixo aberta sempre a largar água, e uma torneira em cima sempre a deitar água e nunca saia azeite. Depois desta lavagem o azeite é deixado a repousar para forçar ainda mais a sua separação. Mesmo assim o azeite nunca fica como o vemos nas lojas. Quem consome azeite caseiro sabe que as garrafas ficam sempre com sedimentos no fundo.
Foi muito giro ver o processo, embora o cheiro a azeite concentrado no ar fosse algo intenso. Depois ao jantar já deu para provar o azeite com um belo bacalhau! Ficou aprovado!