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Maratona Rock n' Roll Lisboa

07 Out 2013

Medalha Maratona Rock 'n Roll

Depois de em Abril me ter aventurado no meu primeiro triatlo olímpico, não imaginava que me fosse aventurar mais tarde naquela que foi a minha primeira maratona. Decidi fazer a maratona depois do Trail Monte da Lua. Isto foi em meados de Julho. Tirei 2 semans para descansar completamente e em Agosto comecei a treinar para a maratona. Foram somente dois meses e o objectivo era somente conseguir terminar. Para isso, passei a fazer 3 treinos de corrida por semana.

Desde Agosto que fiz:

  • 300 kms de corrida
  • 550 kms de bicicleta (marioritariamente regeneração)

Foi alguma preparação, mas sem dúvida curta, para o monstro que a maratona é. Fiz vários treinos longos, o último dos quais foram 32 kms, que até fiz muito bem. A um ritmo lento de 6m/km cheguei ao final com vontade de continuar. Passei a última semana a pensar se iria à maratona a um ritmo de 6m/km para fazer 4h15, ou se arriscava a fazer 5m40s/km para fazer menos de 4h. Também tive uma constipação de relevo, que me fez apontar para ir nas calmas.

As 2 semanas anteriores foram de chuva e de frio. Contudo no dia da maratona estava um calor maroto. A maratona começou às 10h5m e já estava quente. A partir daí foi a temperatura sempre a subir. Comecei muito nas calmas e dei por mim a ir descontraído num ritmo de 5m40/km. Apesar de ter decidido ir mais lento, decidi mudar a táctica e tentar ir mais rápido. Fui sempre bebendo água e comendo qualquer coisa. Mas o calor começou a fazer das suas e comecei a ressentir-me da rapidez a que ia. Quando ia no km 20 já estava a ver que as coisas não iam correr muito bem. Ao km 28 estoirei. Já me senti completamente sem energias, e perguntava-me que tinha eu feito de tão diferente do treino dos 32 kms.

A partir daqui fui sempre tentado fazer 1km a correr e 1km a andar. Por vezes tinha algumas ameaças de caimbras e começava a andar. Os últimos kms foram muito agrestes. Via-se imensa gente a andar, tal como imensa gente a ser assistida pelos paramédicos. Aqui tive de pôr à prova a minha capacidade de sofrimento e concentrar-me em terminar este desafio.

Quando cheguei ao km 40, apesar de já estar KO, ainda tinha algumas forças. Decidi fazer este km a andar, para depois acabar a prova a correr. A parte final foi muito gira. Aquela avenida central cheia de gente a apoiar ajudou a motivar. Quando virei para a expo já sentia que tinha terminado. Confesso que quando cortei a meta, com 4h46m, me emocionei um pouco. Vi uma rapariga com uns 3 anos a segurar uma placa a dizer “Força Pai!”. Se fosse a Madalena acho que tinha chorado baba e ranho.

Quando acabei, e enquando comia o gelado, liguei à Clau a dar as novidades. Ainda me faltava a viagem de volta de comboio até casa. Confesso que não me sentia nada bem. Sentia-me fraco, mas sem vontade de comer. As pernas estava super rijas e doridas. Mas acabei.

Quando cheguei a casa, fiz o relatório dos estragos:

  • Super bolha de água no dedão. Foram só duas, nem foi muito mau
  • Assadura nas verilhas
  • Mamilos em sangue
  • Outras queimaduras por fricção em algumas parte do corpo
  • Pernas boas para estar deitado

Hoje, no dia seguinte, continuo bem dorido, embora as mazelas já estejam curadas. A ver se ainda hoje dou um passeio para ajudar a aliviar as dores.

Os estragos não foram tão maus quanto esperava, mas sem dúvida que a maratona é uma senhora de respeito, que não podemos levar de ânimo leve. Tal como a primeira vez que fiz 10km e uma meia, também na maratona tive de andar. Algo a ser corrigido da próxima vez. Mas agora… vai descansar e recuperar…

 
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